Sonhos dos funcionários, pesadelos das empresas?
O Brasil hoje pode se dizer que é um país privilegiado em relação a muitos países, principalmente os EUA e a maioria dos países da União Européia. Temos uma taxa de desemprego baixa, as contas em dia e não corremos o risco de dar calote em ninguém.
Pelo contrário, tivemos recentemente a nossa nota de crédito da dívida brasileira validada para cima pela agência Standard&Poor´s, mas mesmo assim, bem abaixo de países em situação bem mais delicada. Um exemplo é a Itália, que tem o dobro da dívida brasileira, mas tem uma nota 3 pontos acima da nossa, mas isso são fatos que apenas as agências de risco podem explicar.
O Brasil não é só um gigante que acordou no Rio de Janeiro e hoje caminha sozinho. Outro gigante que não pára de crescer é o endividamento pessoal dos brasileiros, que está atingindo os níveis mais altos da história.
Crescimento do endividamento pessoal
Desde a crise de 2008, quando o governo aumentou a oferta de crédito para manter a economia aquecida, a dívida total dos brasileiros saltou 80,7% e o valor das parcelas pagas mensalmente cresceu 60%. Segundo o Banco Central, tal aumento não é preocupante, pois o mercado de trabalho e a renda seguem em franca expansão.
E agora o governo está usando a mesma receita que usou em 2008, soltando as amarras do crédito para incentivar o consumo e reduzir os efeitos de uma crise internacional. Podemos citar como exemplo as promoções de compra de carro zero sem entrada e prazo de 60 meses para pagamento.
Basta a parcela caber no seu bolso para contrair uma dívida?
Em matéria de acredito, ainda temos muito o que crescer. Estou falando não do crédito em si, mas sim de saber realmente a responsabilidade do que é contrair uma dívida. O que importa para os consumidores é se a parcela cabe no bolso. E todos usam o mesmo argumento nas entrevistas realizadas nas lojas, imobiliárias e concessionárias de automóveis: “se não é desse jeito, não tem jeito”.
E o sonho dos trabalhadores acaba quando começa o pesadelo nas empresas, com os pedidos de crédito, vales, horas extras e perda de produtividade dos funcionários endividados com tantos sonhos acumulados na garagem e no armário.
Muitas pessoas só vão conhecer os mecanismos de uma dívida de longo prazo e os juros acumulados no decorrer dos meses, mas aí o estrago está feito e é muito mais difícil de voltar atrás.
A importância da educação financeira
Dever no Brasil é muito danoso, pelo custo do crédito. É como pisar em ovos todos os dias com o nosso bolso. A educação financeira é um remédio que deve ser aplicado não só na hora da epidemia, mas sim como uma prevenção que deve se tornar um hábito diário.
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